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Estados Unidos lidera como o país que mais emprega brasileiros.
Pexels/RF._.studio
Os Estados Unidos lideram a lista de países que mais contratam trabalhadores brasileiros para o serviço remoto e concentra cerca de 85% das vagas, segundo levantamento da plataforma de câmbio voltada para profissionais TechFX.
Dos 1.428 desenvolvedores brasileiros entrevistados e que atuam no exterior, 1.220 trabalham para organizações americanas, com salários médios que chegam a US$ 110 mil anuais (cerca de R$ 598 mil).
O estudo também destaca outros destinos: Canadá e Austrália aparecem empatados em segundo lugar, com 1,85% cada, seguidos pelo Reino Unido (1,85%), Argentina (1,55%), Portugal (1,16%), México (1%) e Alemanha (0,62%).
No mercado, esses profissionais são conhecidos como Global Workers: trabalhadores que prestam serviços remotamente para empresas estrangeiras, mantendo residência no Brasil e recebendo em moedas fortes, como dólar ou euro.
Essa modalidade oferece a vantagem de acesso a salários mais altos, flexibilidade de tempo e liberdade geográfica, sem a necessidade de migrar para outro país.
Mas afinal, como conseguir oportunidades em empresas do exterior sem sair do Brasil? É preciso ser fluente em inglês? O g1 conversou com especialistas, que dão dicas práticas e explicam os direitos desses profissionais a seguir:
👩🏽💻 Perfil profissional mais procurado
✍🏽 Fluência em Inglês
🔎 Como encontrar vagas
💸 Modalidades de Contratação
➡️ Direitos e cuidados legais
🦁 Declaração para o IR
🎯 Vantagens e desafios
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👩🏽💻 Perfil profissional mais procurado
Uma outra pesquisa da TechFX, feita com 1.433 brasileiros que atuam remotamente para empresas internacionais, mostra uma forte concentração em uma única área: a tecnologia. Do total, 1.251 profissionais – ou 87,6% – trabalham nesse setor. (saiba como entrar)
Outras áreas aparecem em números muito menores:
Produto: 41 pessoas (2,9% do total)
Sucesso do Cliente: 38 pessoas (2,7% do total)
Design: 37 pessoas (2,6% do total)
Marketing: 20 pessoas (1,4% do total)
Operações: 14 pessoas (1% do total)
Recursos Humanos: 13 pessoas (0,9% do total)
Apesar da pesquisa ter como base os clientes da empresa, os dados refletem uma tendência clara: atuar na área de tecnologia, especialmente em desenvolvimento, aumenta significativamente as chances de conseguir uma vaga em empresas internacionais.
“Embora a área de tecnologia realmente concentre uma grande demanda global, empresas que estão expandindo suas operações para o Brasil, por exemplo, precisam montar times completos. Isso inclui áreas como vendas, RH, atendimento ao cliente, entre outras. Não há uma limitação por formação”, explica Gustavo Sèngès, especialista em carreiras globais.
O Diretor da HireRight no Brasil, autor e mentor de carreiras, destaca que não existe uma única formação. As oportunidades se concentram em áreas como tecnologia, design, marketing digital, vendas, atendimento ao cliente, RH e operações.
Para ele, a tendência é que o modelo se expanda cada vez mais, atingindo diferentes segmentos e níveis de senioridade. Isso porque, existem também vagas para funções que não exigem formação específica como gestão, atendimento ao cliente e vendas.
Outro ponto destacado por Gustavo Sèngès é que esse mercado não é exclusivo apenas para profissionais mais jovens. Segundo o especialista, o mais importante é a capacidade de entrega e adaptação ao modelo de trabalho remoto global.
“Isso não é verdade. Trata-se de um mercado altamente democrático. Já vi e acompanhei contratações de profissionais das mais diversas idades atuando em equipes multiculturais e intergeracionais com total sucesso”, completa Sèngès.
✍🏽 Fluência em outros idiomas
O inglês continua sendo uma das habilidades mais valorizadas para quem busca uma carreira internacional, mas não é necessário ter a fluência de um nativo. O chamado “inglês funcional”, que serve para se comunicar com clareza, participar de reuniões e expressar ideias de forma eficaz, já pode abrir portas.
Especialistas destacam que o nível exigido varia conforme o cargo: posições de liderança e de contato direto com clientes costumam pedir domínio avançado, enquanto funções operacionais podem ser exercidas com conhecimento intermediário.
Além disso, o acesso ao aprendizado está cada vez mais democrático. O que antes era restrito a cursos caros hoje pode ser alcançado por meio de aplicativos, canais no YouTube, podcasts, perfis especializados e até ferramentas de inteligência artificial.
Um exemplo é o ChatGPT, que ajuda a revisar textos, preparar currículos e simular entrevistas. Além disso, os avanços em tradução simultânea em ferramentas de comunicação entre equipes prometem romper as fronteiras da comunicação.
“Em termos de carreira e retorno salarial, aprender inglês pode ser um dos melhores investimentos a se fazer. Cada vez mais, plataformas de AI gratuitas oferecem a possibilidade de aprender e praticar inglês, como uma porta de entrada para o aprendizado”, explica o CEO da TechFX, Eduardo Garay.
Plataformas de IA gratuitas também oferecem oportunidades para praticar o idioma, tornando o inglês um dos investimentos mais vantajosos para crescimento profissional e retorno salarial.
“O mais importante é ter confiança na sua capacidade de se comunicar e buscar o aprendizado contínuo. O inglês ainda é uma das principais habilidades técnicas exigidas neste mercado de global workers", completa Gustavo Sèngès.
🔎 Como encontrar vagas
Especialistas afirmam que conquistar a primeira oportunidade em uma empresa internacional exige planejamento e proatividade. O ponto de partida é compreender o funcionamento do mercado global: os formatos de contratação, as principais demandas e como suas habilidades podem se encaixar nesse contexto.
Essa análise inicial ajuda a destacar pontos fortes, identificar áreas de desenvolvimento e estruturar uma narrativa profissional consistente. Além disso, é essencial elaborar um currículo em inglês e se preparar para entrevistas – que ainda são um dos maiores desafios para brasileiros.
De acordo com o especialista em carreiras globais Gustavo Sèngès, existem três caminhos principais para ingressar nesse mercado:
Recrutadores estrangeiros: manter um perfil atualizado e bem posicionado em plataformas como o LinkedIn aumenta as chances de ser encontrado.
Networking (ou “netplaying”): cultivar relações de forma genuína, ajudando e sendo ajudado, amplia as possibilidades. Muitas vezes, a oportunidade surge dentro do próprio círculo de contatos.
Busca ativa por vagas: aplicar constantemente, ajustar estratégias e aprender com os processos seletivos. Estar presente em plataformas especializadas e treinar entrevistas são passos fundamentais.
Entrar nesse mercado é uma jornada que exige estratégia, coragem e resiliência. As carreiras não são lineares, mas sim feitas de tentativas, erros e acertos. Contar com mentorias ou cursos pode acelerar muito esse caminho.
De modo geral, os profissionais que conseguem vagas em empresas internacionais atendem a dois requisitos básicos: dominar a comunicação em inglês e ter pelo menos três anos de experiência na área.
Segundo o CEO da TechFX, Eduardo Garay, esses critérios concentram 98% das oportunidades no exterior. O LinkedIn aparece como a principal vitrine para os brasileiros nesse processo, sendo responsável por quase 60% das contratações.
💸 Modalidades de Contratação
Na maioria dos casos, profissionais brasileiros contratados por empresas estrangeiras recebem em moeda internacional e atuam como pessoa jurídica (PJ).
Neste caso, o profissional contratado tem uma empresa aberta em seu nome e se torna prestador de serviços para a contratante, emitindo notas fiscais, além de ser responsável pelo pagamento de impostos e contribuições.
Dentro dessa modalidade de trabalhadores com CNPJ entram, por exemplo, os microempreendedores individuais (MEIs) e os microempresários (MEs). A diferença entre os dois tipos está no faturamento anual, das atividades, no número de funcionários permitidos e no regime de tributação.
O vínculo com o contratante não é classificado como uma relação de emprego. Sendo assim, o profissional não possui direitos trabalhistas assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como férias remuneradas, auxílio-transporte e carteira assinada. (confira a diferença)
Apesar disso, esse modelo tem acesso a benefícios previdenciários. É o caso da aposentadoria por idade ou invalidez e auxílio-doença. Basta apenas que o prestador pague as contribuições mensais em dia e cumpra a carência necessária para cada benefício. (entenda como funciona)
O profissional PJ tem mais flexibilidade porque pode definir a própria jornada. A remuneração também tende a ser maior. É que esse profissional não tem encargos trabalhistas e a empresa contratante não precisa arcar com os benefícios previstos no regime CLT.
Em geral, essas economias são recompensadas no salário. Por outro lado, caberá ao PJ arcar com custos de alimentação, transporte, equipamentos, etc, salvo se o contrato com a empresa para o qual prestará serviços prever a oferta desses benefícios.
E também "não existe um valor mínimo de remuneração e nem piso salarial, como o salário de empregados CLT", ressalta a advogada trabalhista Iara Neves. "O valor é definido na negociação entre as partes. O pagamento pode ser mensal, por projeto ou por hora."
Outra modalidade é a contratação via Employer of Record (EOR), em que uma intermediadora formaliza o vínculo no país. Nesse caso, o profissional é registrado pela CLT e tem acesso a benefícios como plano de saúde e férias, embora o salário seja pago pela empresa estrangeira.
Em geral, o EOR é uma empresa terceirizada que assume todas as responsabilidades legais e administrativas de um empregador no país, atuando em nome de outra empresa que não tem presença legal local.
Neste caso, essa empresa terceirizada é o empregador oficial, cuidando da folha de pagamento, impostos, benefícios e conformidade com as leis trabalhistas locais, permitindo que empresas contratem talentos internacionalmente sem precisar se estabelecer no país.
Também existe a modalidade de autônomos: profissionais que não têm CNPJ e trabalham ou prestam serviços sem vínculo empregatício. Neste caso, o pagamento é feito diretamente para a pessoa física. Porém, o trabalhador precisa estar atento aos tributos e à declaração de Imposto de Renda. (veja abaixo como funciona)
Segundo especialistas, a escolha do modelo não cabe ao trabalhador, mas sim à contratante. Organizações globais, sobretudo de tecnologia, tendem a preferir o PJ, enquanto companhias em fase de expansão no Brasil optam pelo vínculo CLT via empresas terceiras.
➡️ Direitos e cuidados legais
Segundo Antonio Vasconcellos Junior, sócio fundador do AVJ Advogados Associados, quando um brasileiro presta serviços para uma empresa estrangeira, mas reside no Brasil, a legislação aplicável é a brasileira – neste caso a CLT.
Isso só não se aplica caso houver condição mais favorável prevista pela lei do país contratante. Um exemplo é a jornada reduzida de 6 horas diárias de trabalho, em razão das regras da empresa estrangeira.
O especialista ainda destaca que os profissionais contratados como PJ não têm os direitos da CLT, mas podem negociar cláusulas específicas no contrato de trabalho, como bônus, pausas de descanso e benefícios adicionais.
Antes de aceitar uma vaga no exterior, o advogado recomenda uma revisão contratual por um especialista. Isso porque, em casos de conflitos, a Justiça do Trabalho brasileira pode ser acionada se a contratação ou transferência ocorreu no Brasil.
Por outro lado, não terá competência quando o vínculo for firmado diretamente no exterior. “Existem exceções em situações específicas, como serviços prestados em navios ou aeronaves de bandeira brasileira, ou em embaixadas e consulados do Brasil localizados no exterior”, explica.
O Brasil mantém acordos internacionais de previdência social com alguns países, permitindo o cômputo de tempo de contribuição, mas ainda não há um tratado global que unifique direitos trabalhistas.
Por isso, o advogado destaca que é fundamental manter as contribuições previdenciárias em dia. “É possível optar pelo plano que melhor se adeque à sua situação para ter acesso a benefícios como aposentadoria e auxílio-doença”, explica. (veja como contribuir)
Por fim, Vasconcellos reforça a importância de investigar bem a empresa contratante e manter clareza sobre direitos e obrigações: “O que parece um sonho pode virar um pesadelo sem os devidos cuidados”.
“É sempre importante manter-se informado sobre os direitos trabalhistas e regras tributárias/previdenciárias, especialmente em um contexto global. Além disso, cada situação é única, e consultar um advogado especializado pode ser fundamental para garantir que seja cumprido o que foi prometido”, completa o advogado trabalhista.
🦁 Declaração de IR
Profissionais que prestam serviços para empresas estrangeiras devem ficar atentos à tributação no Brasil e à declaração do Imposto de Renda (IR), que varia conforme o regime de contratação.
Segundo Thais Ribeiro, advogada do L.O. Baptista Advogados, os autônomos que recebem remuneração de uma empresa estrangeira devem converter os valores em moeda estrangeira para reais usando a taxa de câmbio do dia do pagamento, divulgada pelo Banco Central.
Esses valores recebidos precisam ser declarados no carnê-leão, para apuração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), cuja alíquota é progressiva e pode chegar a 27,5%. (veja o que é e como emitir)
O imposto deve ser recolhido até o último dia útil do mês seguinte ao recebimento, e todas as informações precisam ser replicadas na declaração no ano seguinte.
Além disso, é necessário contribuir para o INSS como contribuinte individual e, quando aplicável, pagar o ISS (Imposto sobre Serviços), definido pelo município. (entenda como funciona)
Se houver tratado de bitributação entre o Brasil e o país da empresa contratante, é possível compensar no Brasil o imposto já pago no exterior, desde que o valor também seja informado no carnê-leão.
Para quem presta serviços por meio de Pessoa Jurídica (PJ), a operação é considerada uma exportação de serviços, segundo a especialista Veronica Melo de Souza, sócia do Gaia Silva Gaede Advogados.
A exportação de serviços ocorre quando uma empresa brasileira presta serviços a um cliente no exterior e recebe o pagamento em moeda estrangeira. Nesse sentido, os pagamentos da empresa internacional vão diretamente para a PJ.
Ou seja: quando o profissional opta por prestar serviços por meio de uma pessoa jurídica aberta no Brasil, é a empresa que deve declarar e tributar as receitas, de acordo com o regime tributário escolhido — seja Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real.
“Neste caso, o imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) é devido normalmente e calculado de acordo com o regime de tributação da Pessoa Jurídica (PJ), que geralmente é o Simples Nacional ou Lucro Presumido”, explica Verônica Melo de Souza.
“O trabalhador recebe os valores apenas pela PJ e deve informá-los em sua Declaração de Ajuste Anual como pró-labore, no campo de rendimentos tributáveis, ou como distribuição de lucros e dividendos, no campo de rendimentos isentos, conforme a forma de contabilização”, completa a advogada Thais Ribeiro.
Já o regime CLT exige que a empresa estrangeira tenha CNPJ no Brasil para recolher encargos como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e INSS. Por isso, é raro que empregadores internacionais contratem diretamente com registro em carteira.
Muitas vezes, eles utilizam empresas intermediárias, que assumem a folha de pagamento, recolhem impostos e contribuições — a contratação via Employer of Record (EOR) já citada nesta reportagem.
Por isso, os especialistas recomendam que profissionais busquem orientação de contadores ou advogados especializados, garantindo que todos os impostos e contribuições sejam pagos corretamente e evitando problemas com a Receita Federal.
🎯 Vantagens e desafios
Um exemplo de profissional que conquistou uma vaga em uma empresa norte-americana, mantendo residência no Brasil, é Roque Santos, engenheiro de software sênior, que vive em Salvador, na Bahia.
A experiência internacional veio após um incentivo inesperado: sua professora de inglês sugeriu que ele participasse de entrevistas com empresas estrangeiras para praticar o idioma em situações reais. O exercício acabou rendendo uma proposta de trabalho.
Segundo ele, o maior desafio não foi técnico, mas lidar com entrevistas em inglês. “Tudo era novidade. Consegui explicar bem a minha experiência, soar inteligente e claro nas entrevistas foi um desafio, para mim, muito maior que o técnico”, conta.
No dia a dia, Roque explica que mantém uma rotina parecida com a que tinha no Brasil, mas destaca diferenças marcantes: menos reuniões, ausência de microgerenciamento e uma relação de maior confiança com a equipe.
“Temos muito mais liberdade com o nosso tempo, mas como contrapartida somos responsabilizados pelas nossas entregas”, explica.
O trabalho exige um “overlap” de 4 a 6 horas diárias no fuso horário da empresa contratante. Isso significa que ele precisa estar online por pelo menos este período durante o horário oficial de trabalho da empresa.
A comunicação é feita principalmente pelo Slack, enquanto e-mails são pouco utilizados. Para ele, clareza e efetividade na comunicação foram tão importantes quanto às competências técnicas. Diplomas, por outro lado, não pesaram no processo de contratação.
“Nunca precisei entregar uma cópia formal do meu diploma para a empresa que trabalho. Fui perguntado se me formei, onde e quando”, afirma.
Sobre remuneração, Roque explica que os salários iniciam no mesmo patamar do Brasil, e aumentam conforme o crescimento na empresa. “No início, você pode entrar ganhando ‘pouco’, mas a diferença é que esse pouco normalmente se iguala ao salário do Brasil, mas lá esse é seu piso, e não o teto”, afirma.
Como a empresa não tem sede por aqui, o contrato é feito diretamente, cabendo ao trabalhador organizar-se via PJ para fins tributários.
Entre as dificuldades, o engenheiro cita a insegurança no início, tanto pela barreira do idioma quanto pela diferença cultural e pela ausência de feedbacks constantes. Em contrapartida, a autonomia e a confiança mútua com a equipe foram pontos positivos.
O conselho para quem quer seguir o mesmo caminho é direto: investir no inglês. “Saber se comunicar é o principal fator para conquistar a vaga. Depois disso, prepare-se para a entrevista: estude a empresa e mostre interesse real”, recomenda.
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Windows decreta fim da temida 'tela azul'; veja como será nova versão
A Microsoft encerra nesta terça-feira (14) o suporte ao Windows 10, lançado em 2015. A partir de agora, o sistema não receberá mais atualizações, correções de segurança nem suporte técnico.
A Microsoft recomenda que os usuários migrem para o Windows 11, disponível desde 2021.
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Quais são as consequências para os usuários?
Nem todos os computadores são compatíveis com a transição do Windows 10 para o Windows 11. Para esses casos, a Microsoft oferece um pacote de atualizações estendidas, com duração de um ano e preço de US$ 30 (cerca de R$ 163).
Quantos usuários serão afetados?
Procurada pela AFP, a Microsoft não informou quantos usuários seriam afetados pelo fim do suporte.
Segundo a Consumer Reports, cerca de 650 milhões de pessoas em todo o mundo ainda usavam o Windows 10 em agosto.
O Public Interest Research Group estima que até 400 milhões de computadores não são compatíveis com o Windows 11.
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Associações protestam contra decisão da Microsoft
Entidades de defesa do consumidor protestaram contra o fim do suporte ao Windows 10.
Nos Estados Unidos, a Consumer Reports afirmou que computadores incapazes de rodar o Windows 11 ainda eram vendidos em 2022 e 2023, o que deve torná-los obsoletos em apenas três anos.
Na França, uma coalizão com 22 associações lançou uma petição pedindo atualizações gratuitas até 2030.
Quais são os riscos?
Usuários que permanecerem no Windows 10 podem ficar mais expostos a ataques cibernéticos, alertam especialistas.
"Ao deixar de receber as atualizações, ele não estará mais protegido contra as ameaças cibernéticas mais recentes", diz Martin Kraemer, analista de segurança da KnowBe4.
Ele afirma que o Windows 10 tende a se tornar alvo preferencial de hackers que exploram falhas de segurança.
O analista Paddy Harrington, da consultoria americana Forrester, alerta que aplicativos também podem ser afetados.
"Os desenvolvedores dependem do sistema operacional para garantir certas funções. Sem atualizações, o fornecedor não pode garantir que seu aplicativo continue funcionando corretamente", diz Harrington.
O antivírus é uma alternativa?
Questionados sobre a eficácia dos programas antivírus, os especialistas apontam que eles são insuficientes para um sistema operacional desatualizado.
"A proteção desses programas tem um limite. É melhor do que nada, mas essa é uma solução temporária", diz Paddy Harrington.
Quem não puder instalar o Windows 11 também pode migrar para outro sistema, como o Linux, que é gratuito.
"Se os aplicativos forem compatíveis com esse sistema operacional e as ferramentas de gerenciamento e segurança o suportarem, é uma boa opção", afirma Harrington.
Microsoft Windows 10 foi lançado em 2015
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Starship faz sobrevoo com ótimas imagens da Terra antes de pousar no mar
A Starship, maior nave do mundo, fez novas imagens da Terra durante um sobrevoo na segunda-feira (13). Esta foi a 11ª vez que a SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, lança este modelo do veículo espacial (veja ao final como foram as outras missões).
O vídeo mostra os minutos finais da missão com ângulos a partir do motor e da lateral da Starship. Naquele momento, a nave estava desacelerando no retorno do espaço, mas ainda voava a cerca de 10.000 km/h e acima de 40 km de altitude.
Logo depois, a Starship pousa no Oceano Índico. A transmissão da SpaceX mostrou o momento em que a nave fica coberta por chamas após tocar o mar (veja abaixo).
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Veja como foi o pouso da 11ª missão da Starship, maior nave do mundo
A SpaceX conseguiu atingir os principais objetivos nessa missão:
reutilizar o mesmo foguete Super Heavy (a parte inferior da nave) do 8º voo e pousá-lo no Golfo do México cerca de 10 minutos após o lançamento (saiba mais abaixo);
lançar oito simuladores de satélites da Starlink (empresa de internet de Musk) no espaço – a SpaceX já tinha realizado essa manobra no 10º lançamento da maior nave do mundo;
reacender os foguetes da cápsula (a parte superior) da Starship no espaço e pousá-la no Oceano Índico.
➡️Antes do lançamento, a SpaceX anunciou o plano de tentar uma nova configuração dos motores do propulsor durante a descida do 11º voo.
A empresa afirmou que, na trajetória até o pouso no Golfo do México, o propulsor ficaria com 13 dos 24 motores acionados. Então, ele diminuiria para 5 motores no trecho que exige mais precisão na descida. E, depois, com 3 motores para o mergulho no Golfo do México.
"O objetivo principal do teste de voo é medir a dinâmica real do veículo enquanto os motores desligam durante a transição entre as diferentes fases", explicou a SpaceX.
A Starship deverá ser a nave usada para levar astronautas da Nasa de volta à Lua até 2027 dentro do programa Artemis. Com um contrato de US$ 3 bilhões (R$ 16 bilhões), a SpaceX se tornou uma das mais importantes participantes da corrida espacial dos EUA e da China rumo à Lua.
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Torres com câmeras se espalham por cidades e preocupam especialistas
Local que abriga base da SpaceX, de Musk, agora é oficialmente uma cidade no Texas
Sobrevoo da Starship antes de pouso no Oceano Índico
Reprodução/SpaceX
Como foram os outros testes?
No primeiro lançamento, em abril de 2023, a Starship explodiu quando ainda estava acoplada ao Super Heavy. Uma falha nos motores fez a empresa ativar um sistema de destruição para explodir o foguete.
Veja como foi o 1º lançamento da Starship
No segundo teste, em novembro de 2023, o Super Heavy explodiu, mas logo após se separar da nave. A Administração Federal de Avião dos EUA (FAA, na sigla em inglês) investigou o acidente e afirmou que a SpaceX identificou a necessidade de realizar 17 correções na nave.
Veja como foi o 2º lançamento da Starship
O terceiro voo aconteceu em março de 2024 e durou 50 minutos. A Starship foi destruída, mas a empresa considerou esse teste um avanço porque nunca tinha ido tão longe neste tipo de missão.
Veja como foi o 3º lançamento da Starship
O quarto teste foi em junho de 2024 e foi o primeiro bem-sucedido. A Starship conseguiu pousar no Oceano Índico, e o Super Heavy, no Golfo do México, como planejado.
Starship completou seu 1º voo bem-sucedido na 5ª tentativa
Na quinta missão, em outubro de 2024, a empresa conseguiu o retorno inédito do Super Heavy com a captura no ar pelos "braços da plataforma" e o pouso da Starship no Oceano Índico. A cápsula explodiu, como já era esperado, segundo a companhia.
A manobra de retorno do foguete para a base de lançamento pode tornar voos espaciais mais baratos.
Em teste da SpaceX, propulsor da Starship pousa com sucesso na torre de lançamento
No sexto teste, em novembro de 2024, a SpaceX não conseguiu fazer com que o foguete Super Heavy retornasse para a plataforma de lançamento, como aconteceu no mês anterior.
O foguete acabou pousando no Golfo do México poucos minutos depois do lançamento, o que estava previsto caso não houvesse condições ou o comando específico do diretor da missão para repetir a manobra. A nave pousou no Oceano Índico cerca de uma 1h após decolar.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, assistiu à missão do local do lançamento, com Elon Musk.
Trump já tinha anunciado que o bilionário iria liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental durante o seu mandato.
SpaceX lança nave, mas não traz foguete de volta para plataforma
No sétimo voo, em janeiro de 2025, a empresa de Musk conseguiu repetir manobra em que o foguete Super Heavy é levado de volta à plataforma de lançamento.
SpaceX pousa foguete na plataforma, mas perde contato com nave Starship
Mas a SpaceX perdeu o contato com a nave, pouco antes do pouso, o que já tinha acontecido em outros testes.
Daquela vez, um vídeo registrou destroços da Starship riscando o céu no Haiti. Por segurança, voos comerciais que cruzavam a região do Caribe foram forçados a desviar de suas rotas.
A empresa disse que os destroços caíram em áreas designadas para tal.
SpaceX faz 8º voo da Starship, recupera foguete, mas perde contato com a nave
No oitavo voo da Starship, no início de março, a SpaceX perdeu novamente o contato com a nave cerca de 10 minutos após o lançamento.
Vídeos registraram os destroços da nave no céu na região das Bahamas (veja abaixo). Segundo o governo dos EUA, 240 voos no país foram prejudicados pela explosão.
Apesar disso, pela terceira vez, a empresa conseguiu "capturar" em pleno ar o foguete que transportou a nave, pouco antes de ele pousar, e colocá-lo de volta na plataforma de decolagem.
Fragmentos de nave da SpaceX rasgam os céus e causam atrasos em voos
Na nona missão, que aconteceu em maio, a SpaceX perdeu o controle com a nave 40 minutos após o lançamento. Ela deveria pousar no Oceano Índico. Outra
Além disso, a nave não conseguiu abrir a porta para lançar sua carga — oito simuladores de satélites da Starlink, braço da SpaceX no setor de internet. E, apesar de conseguir reaproveitar o foguete propulsor Super Heavy pela primeira vez, perdeu o contato com o equipamento durante a descida.
Por que deu (quase) tudo errado no 9º voo da Starship?
No décimo voo, em agosto, a Starship conseguiu lançar pela primeira vez carga no espaço, um conjunto de oito simuladores de satélites da Starlink. A nave conseguiu reacender seu motor no espaço e pousou no Oceano Índico.
SpaceX lança novo voo da Starship, maior nave do mundo
Conheça o maior foguete da história, criado pela empresa de Elon Musk
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SpaceX lança Starship, maior nave do mundo, pela 11ª vez
A SpaceX, empresa de foguetes do bilionário Elon Musk, lançou nesta segunda-feira (13) o 11º voo da Starship, nave mais poderosa do mundo.
A decolagem, que não é tripulada, aconteceu em Boca Chica, no estado americano do Texas, por volta das 20h25, no horário de Brasília.
➡️Essa pode ser a última missão com esse modelo da Starship. Para os próximos voos, a SpaceX planeja lançar um protótipo mais avançado da maior nave do mundo com foco em possíveis idas para a Lua e Marte, segundo a Reuters.
A missão já atingiu seus objetivos:
reutilizar o mesmo foguete Super Heavy (a parte inferior da nave) do 8º voo e pousá-lo no Golfo do México cerca de 10 minutos após o lançamento (saiba mais abaixo);
lançar oito simuladores de satélites da Starlink (empresa de internet de Musk) no espaço – a SpaceX já tinha realizado essa manobra no 10º lançamento da maior nave do mundo;
reacender os foguetes da cápsula (a parte superior) da Starship no espaço e pousá-la no Oceano Índico.
Gif mostra 11º lançamento da Starship
Reprodução
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
➡️Antes do lançamento, a SpaceX anunciou o plano de tentar uma nova configuração dos motores do propulsor durante a descida do 11º voo.
A empresa afirmou que, na trajetória até o pouso no Golfo do México, o propulsor ficaria com 13 dos 24 motores acionados. Então, ele diminuiria para 5 motores no trecho que exige mais precisão na descida. E, depois, com 3 motores para o mergulho no Golfo do México.
"O objetivo principal do teste de voo é medir a dinâmica real do veículo enquanto os motores desligam durante a transição entre as diferentes fases", explicou a SpaceX.
A Starship deverá ser a nave usada para levar astronautas da Nasa de volta à Lua até 2027 dentro do programa Artemis. Com um contrato de US$ 3 bilhões (R$ 16 bilhões), a SpaceX se tornou uma das mais importantes participantes da corrida espacial dos EUA e da China rumo à Lua.
Local que abriga base da SpaceX, de Musk, agora é oficialmente uma cidade no Texas
Retorno da Starship ao Oceano Índico
Reprodução
Nave Starship em foto divulgada pela SpaceX em 13 de outubro de 2025
Divulgação/SpaceX
Como foram os outros testes?
No primeiro lançamento, em abril de 2023, a Starship explodiu quando ainda estava acoplada ao Super Heavy. Uma falha nos motores fez a empresa ativar um sistema de destruição para explodir o foguete.
Veja como foi o 1º lançamento da Starship
No segundo teste, em novembro de 2023, o Super Heavy explodiu, mas logo após se separar da nave. A Administração Federal de Avião dos EUA (FAA, na sigla em inglês) investigou o acidente e afirmou que a SpaceX identificou a necessidade de realizar 17 correções na nave.
Veja como foi o 2º lançamento da Starship
O terceiro voo aconteceu em março de 2024 e durou 50 minutos. A Starship foi destruída, mas a empresa considerou esse teste um avanço porque nunca tinha ido tão longe neste tipo de missão.
Veja como foi o 3º lançamento da Starship
O quarto teste foi em junho de 2024 e foi o primeiro bem-sucedido. A Starship conseguiu pousar no Oceano Índico, e o Super Heavy, no Golfo do México, como planejado.
Starship completou seu 1º voo bem-sucedido na 5ª tentativa
Na quinta missão, em outubro de 2024, a empresa conseguiu o retorno inédito do Super Heavy com a captura no ar pelos "braços da plataforma" e o pouso da Starship no Oceano Índico. A cápsula explodiu, como já era esperado, segundo a companhia.
A manobra de retorno do foguete para a base de lançamento pode tornar voos espaciais mais baratos.
Em teste da SpaceX, propulsor da Starship pousa com sucesso na torre de lançamento
No sexto teste, em novembro de 2024, a SpaceX não conseguiu fazer com que o foguete Super Heavy retornasse para a plataforma de lançamento, como aconteceu no mês anterior.
O foguete acabou pousando no Golfo do México poucos minutos depois do lançamento, o que estava previsto caso não houvesse condições ou o comando específico do diretor da missão para repetir a manobra. A nave pousou no Oceano Índico cerca de uma 1h após decolar.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, assistiu à missão do local do lançamento, com Elon Musk.
Trump já tinha anunciado que o bilionário iria liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental durante o seu mandato.
SpaceX lança nave, mas não traz foguete de volta para plataforma
No sétimo voo, em janeiro de 2025, a empresa de Musk conseguiu repetir manobra em que o foguete Super Heavy é levado de volta à plataforma de lançamento.
SpaceX pousa foguete na plataforma, mas perde contato com nave Starship
Mas a SpaceX perdeu o contato com a nave, pouco antes do pouso, o que já tinha acontecido em outros testes.
Daquela vez, um vídeo registrou destroços da Starship riscando o céu no Haiti. Por segurança, voos comerciais que cruzavam a região do Caribe foram forçados a desviar de suas rotas.
A empresa disse que os destroços caíram em áreas designadas para tal.
SpaceX faz 8º voo da Starship, recupera foguete, mas perde contato com a nave
No oitavo voo da Starship, no início de março, a SpaceX perdeu novamente o contato com a nave cerca de 10 minutos após o lançamento.
Vídeos registraram os destroços da nave no céu na região das Bahamas (veja abaixo). Segundo o governo dos EUA, 240 voos no país foram prejudicados pela explosão.
Apesar disso, pela terceira vez, a empresa conseguiu "capturar" em pleno ar o foguete que transportou a nave, pouco antes de ele pousar, e colocá-lo de volta na plataforma de decolagem.
Fragmentos de nave da SpaceX rasgam os céus e causam atrasos em voos
Na nona missão, que aconteceu em maio, a SpaceX perdeu o controle com a nave 40 minutos após o lançamento. Ela deveria pousar no Oceano Índico. Outra
Além disso, a nave não conseguiu abrir a porta para lançar sua carga — oito simuladores de satélites da Starlink, braço da SpaceX no setor de internet. E, apesar de conseguir reaproveitar o foguete propulsor Super Heavy pela primeira vez, perdeu o contato com o equipamento durante a descida.
Por que deu (quase) tudo errado no 9º voo da Starship?
No décimo voo, em agosto, a Starship conseguiu lançar pela primeira vez carga no espaço, um conjunto de oito simuladores de satélites da Starlink. A nave conseguiu reacender seu motor no espaço e pousou no Oceano Índico.
SpaceX lança novo voo da Starship, maior nave do mundo
Conheça o maior foguete da história, criado pela empresa de Elon Musk
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De onde estão vindo as bebidas contaminadas com metanol?
A Meta removeu um grupo do Facebook que vendia garrafas usadas de bebidas alcoólicas, geralmente aproveitadas para envasar produtos adulterados. A comunidade reunia mais de 11 mil integrantes, segundo a Advocacia-Geral da União (AGU).
No início deste mês, a AGU pediu à empresa que tirasse a página do ar. O órgão afirmou que perfis nas redes da Meta vinham comercializando lacres, tampas, rótulos e garrafas usados na produção clandestina de bebidas.
A ação da AGU faz parte dos esforços do governo federal para combater uma alta de casos de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica.
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Em nota após a exclusão, a AGU informou que as evidências reunidas, como postagens, nomes de participantes e ações de administradores, foram preservadas e poderão ser usadas em eventual investigação policial.
"A venda de garrafas de marcas conhecidas, muitas ainda com rótulos originais, facilita a falsificação e o reenvase de bebidas alcoólicas, prática que tem resultado em graves episódios de intoxicação por metanol e representa risco concreto à saúde pública", disse a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), da AGU, responsável pela notificação.
A empresa Facebook é uma das principais avaliadas durante investigações
Dado Ruvic / REUTERS
A PNDD também informou que o grupo violava as próprias "Políticas de Uso e Padrões da Comunidade" do Facebook, que proíbem a venda de produtos ilegais e falsos, "bem como atividades comerciais que representem risco à segurança do consumidor".
Ainda segundo a PNDD, a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon) também havia solicitado "que plataformas de comércio eletrônico suspendam a venda de produtos que possam ser usados na falsificação de bebidas destiladas" para "interromper a comercialização de lacres, tampas, selos e garrafas não colecionáveis".
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Ataque no WhatsApp pode roubar senhas de usuários; veja como se proteger
Baixar arquivos suspeitos no WhatsApp Web pode abrir caminho para criminosos assumirem o controle de computadores e roubarem senhas, informaram pesquisadores da empresa de cibersegurança Trend Micro.
O vírus, batizado de Sorvepotel, se espalha por meio de arquivos enviados em conversas e grupos de WhatsApp e usam e-mails como uma segunda forma de se espalhar. Caso sejam executados na máquina da vítima, eles se infiltram no computador de forma persistente.
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"É aberta uma porta de comunicação e, a partir disso, o sistema de ataque passa a receber instruções externas", explica Marcelo Sanches, líder técnico da Trend Micro Brasil. "A máquina da vítima fica sob comando do atacante".
Como o vírus só funciona em computadores com Windows, os cibercriminosos enviam mensagens como "Baixa o ZIP no PC e abre" acompanhadas de comprovantes de pagamento e orçamentos falsos.
Segundo a Trend Micro, o ataque se concentra em:
roubar credenciais ao exibir versões adulteradas de sites de bancos e corretoras de criptomoedas;
assumir o controle do WhatsApp Web para enviar o mesmo arquivo malicioso para todos os contatos da vítima.
De acordo com a Trend Micro, 457 das 477 infecções registradas até agora ocorreram no Brasil.
Os pesquisadores apontaram o foco no país porque o arquivo faz checagens de idiomas, localização, formato de data para validar que o usuário é brasileiro.
O WhatsApp orienta usuários a clicarem apenas em links ou arquivos de pessoas conhecidas e diz que trabalha para tornar o aplicativo mais seguro (leia a nota ao final).
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Reprodução/Trend Micro
Até mesmo o nome Sorvepotel indica o direcionamento para o Brasil: os servidores usados pelo vírus para enviar comandos de ataques estão em endereços que lembram a expressão "sorvete no pote".
Em computadores infectados, o malware também cria um arquivo de inicialização, garantindo que o sistema malicioso continue ativo mesmo após reiniciar a máquina.
Ainda não há registros expressivos de roubo de dados ou bloqueio de arquivos, indicando que o objetivo neste momento é se espalhar para novos dispositivos, segundo a Trend Micro.
O ataque também pode fazer com que a conta da vítima seja banida do WhatsApp, já que o envio automático de mensagens para outros contatos pode ser identificado como spam.
Como se proteger
Os pesquisadores afirmam que criminosos parecem ter como foco computadores corporativos, mas atacam em contas de WhatsApp Web de funcionários, que usam os dispositivos para ver mensagens pessoais.
O vírus não explora falhas do WhatsApp, mas aproveita a distração das vítimas, diz Marcelo Sanches, da Trend Micro. Segundo ele, a ação permite transformar a máquina em um "zumbi" sob controle dos hackers.
Os pesquisadores da Trend Micro orientam usuários e empresas a:
desativar downloads automáticos no WhatsApp
restringir downloads em dispositivos corporativos
realizar treinamentos sobre riscos de baixar arquivos suspeitos;
desconfiar de mensagens que pedem permissões em navegadores;
confirmar com a pessoa por outros meios (telefone ou pessoalmente) se o envio do arquivo foi intencional.
Leia a nota do WhatsApp:
"Independentemente do serviço de mensagens que você use, só clique em links ou abra arquivos de pessoas que você conhece e confia. Estamos sempre trabalhando para tornar o WhatsApp o lugar mais seguro para a comunicação privada, e é por isso que criamos camadas de proteção que oferecem mais contexto sobre com quem você está conversando ao receber uma mensagem de alguém que você não conhece – além de proteger suas conversas pessoais com a criptografia de ponta a ponta."
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Torres com câmeras se espalham e levantam alerta sobre privacidade
Torres de vigilância com câmeras se multiplicam em frente a prédios residenciais de São Paulo e do Rio de Janeiro, mas ainda sem regras claras para instalação e operação desse tipo de tecnologia.
Apesar da promessa de aumentar a segurança em torno dos condomínios, especialistas afirmam que os equipamentos reforçam uma falsa sensação de proteção. Não existem estudos ou levantamentos que comprovem sua eficácia no combate à criminalidade.
"Não há uma padronização técnica", ressalta Thallita Lima, coordenadora do projeto O Panóptico, que monitora o uso de tecnologias de vigilância no Brasil. Ela também aponta para a falta de uma reflexão sobre os impactos do uso do espaço urbano, "já que há totens bem na calçada".
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A expansão desse tipo de tecnologia acontece em um momento em que a população se sente cada vez mais insegura. A violência é a principal preocupação para 28% dos brasileiros, segundo pesquisa da Quaest encomendada pela Genial Investimentos no mês passado.
O g1 procurou as prefeituras de São Paulo e do Rio para entender se há regras para a instalação de totens de vigilância. As duas confirmaram que não existe regulamentação específica sobre o tema. O g1 também questionou o que é permitido instalar nas calçadas.
Em São Paulo, a administração municipal afirma que adota a chamada "faixa de serviço", que determina calçadas com, no mínimo, 70 cm de largura para a instalação de "árvores, rampas de acesso para pessoas com deficiência, postes de iluminação, sinalização de trânsito, bancos, floreiras, telefones, caixas de correio e lixeiras" (veja aqui).
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano do Rio tem um documento que define a "faixa de serviço" como sendo de, no mínimo, 1 metro para árvores e até 60 centímetros para postes de iluminação pública (veja aqui).
Torres privadas de vigilância não são mencionadas por ambas.
Em agosto de 2025, a prefeitura do Rio determinou que uma das empresas, a Gabriel, realocasse suas mais de 400 câmeras instaladas em áreas públicas, por já existir um sistema municipal de vigilância e ser necessária autorização para uso desses espaços.
➡️ Em São Paulo e no Rio, o que vale hoje para torres de vigilância é...
São Paulo: a instalação em terrenos privados é permitida em locais específicos sem necessidade de comunicar a prefeitura (veja detalhes abaixo).
Rio de Janeiro: a escolha dos locais de instalação fica a critério das próprias empresas, sem orientação da prefeitura.
Para que as câmeras são usadas
Totem de câmera de segurança em São Paulo.
Divulgação/Gabriel
Essas torres coloridas, com LEDs fortes e câmeras voltadas para calçadas e carros, são oferecidas por empresas como CoSecurity (do Grupo Haganá), Gabriel e White Segurança, que concentram a oferta do serviço nas principais cidades do país.
A ideia é monitorar o movimento no entorno dos prédios. Os moradores geralmente têm acesso às imagens por aplicativo — em uma das empresas, o histórico fica disponível por até 14 dias.
Em alguns totens, há ainda um botão de pânico que permite acionar a central da empresa, responsável por chamar a polícia ou o Corpo de Bombeiros em situação de risco.
Em São Paulo, o diferencial, segundo as empresas, é que as câmeras estão integradas a programas públicos, como o Smart Sampa (da prefeitura) e o Muralha Paulista (do governo estadual). Esses sistemas ajudam a identificar rostos de procurados e placas de veículos roubados.
Condomínios e empresas podem, sem custo adicional, aderir voluntariamente aos programas e conectar suas câmeras às centrais de monitoramento, que contam com agentes policiais acompanhando as imagens em tempo real.
O Smart Sampa reúne 40 mil câmeras integradas — ao menos 20 mil delas pertencentes a totens de condomínios e empresas parceiras — distribuídas por todas as regiões da cidade, segundo a prefeitura.
A CoSecurity afirma ser hoje a maior participante privada do programa, com cerca de 8 mil câmeras (25% da rede).
Torre de vigilância da empresa CoSecurity
Darlan Helder/g1
Essas câmeras não fazem reconhecimento facial e as imagens podem ser repassadas à polícia mediante solicitação formal. Segundo as empresas, os equipamentos reconhecem apenas placas de veículos, o que pode ajudar na localização de carros roubados.
O custo do serviço varia conforme o número de totens contratados. Uma empresa cobra cerca de R$ 1,5 mil por unidade ao mês, enquanto outra afirma que o valor mensal fica entre R$ 389 e R$ 749, dependendo do modelo e dos recursos oferecidos, como botão de pânico.
Apesar das promessas de eficiência, há casos de frustração. Recentemente, o Profissão Repórter mostrou que, em um condomínio de São Paulo, moradores passaram a usar vasos de planta para tentar evitar roubos de celular de quem ficava na portaria, já que as torres deixaram de ser eficientes (veja no vídeo abaixo).
Moradores de prédio em SP se frustram com totens de câmera e recorrem a vasos de planta para evitar assalto
Em outras cidades, têm se multiplicado totens instalados por governos estaduais e prefeituras em espaços públicos, equipados com câmeras e botão de pânico para acionar a polícia em caso de emergência.
Esse tipo de equipamento já foi adotado em Curitiba, Manaus, Belém e Recife, explica Pablo Nunes, coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), que acompanha o tema de perto.
Totens instalados na calçada
Totens de câmera de vigilância em prédios de São Paulo
Reprodução/Google Maps
O g1 analisou a instalação das torres em São Paulo. Muitas estão fixadas em calçadas, na jardinagem dos condomínios (áreas internas e externas) ou ao lado do portão de acesso dos prédios.
A prefeitura de São Paulo explica que, em áreas particulares, não é necessário pedir autorização para instalar os totens. Como exemplo, citou recuos de prédios (distância entre a edificação e os limites de frente, laterais e de fundo do lote), muros ou portões.
Em espaços públicos, como calçadas e praças, é preciso obter aprovação da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (CPPU). "É importante destacar que a CPPU analisa esses casos do ponto de vista do impacto da inserção desses elementos na paisagem urbana", disse em nota.
No Rio de Janeiro, a prefeitura afirmou que não há "legislação específica" para os totens de vigilância. Em nota, adiantou que "com o aumento de instalação destes equipamentos, determinou que os proprietários retirem as câmeras que obstruem o espaço público até 31 de dezembro".
Totem de vigilância na calçada, em São Paulo.
Darlan Helder/g1
Na Zona Leste de São Paulo, o g1 flagrou dois totens da empresa Defender instalados em calçadas no bairro da Mooca (veja na imagem acima). Perto dali, no Belém, foi identificado outro equipamento em via pública, desta vez da MasterCam Segurança (veja na imagem abaixo).
O g1 questionou as duas companhias sobre a autorização da prefeitura para as instalações, mas não obteve resposta.
Totem de vigilância da empresa MasterCam Segurança na região do Belém, na Zona Leste de São Paulo.
Darlan Helder/g1
Um totem da Gabriel também foi visto em via pública na região do Brooklin, em São Paulo (veja na imagem abaixo).
A empresa negou que há torres irregulares na capital paulista, apenas no Rio, e que está readequando essas instalações, "um processo que deve ser concluído até o fim do ano e envolve 400 equipamentos, o equivalente a 6% dos clientes". A Gabriel não informou onde ficam os totens irregulares.
Após novo questionamento sobre a torre no Brooklin, a companhia disse que "atua sempre em conformidade com as diretrizes municipais e em diálogo com as autoridades locais, garantindo que todas as instalações estejam devidamente autorizadas e adequadas aos parâmetros urbanos".
Totem de câmera de vigilância da Gabriel instalado na região do Brooklin, na Zona Sul de São Paulo
Darlan Helder/g1
A CoSecurity afirmou que instala os equipamentos sempre dentro dos limites privados do cliente, nunca em calçadas. "Toda infraestrutura é posicionada exclusivamente dentro da área privada do cliente, como recuos".
A White Segurança não retornou ao contato do g1 para esclarecer sua atuação.
A Prefeitura de São Paulo solicitou ao g1 os endereços e imagens dos totens instalados em calçadas para "apuração", mas não deu retorno sobre esses casos até a última atualização desta reportagem.
Eficácia é questionada
Pesquisadores de segurança pública que acompanham o tema questionam a eficácia desses totens de vigilância.
"Hoje, no Brasil, não há regulação específica para câmeras desse tipo e nem daquelas que fazem reconhecimento de rostos", afirma Pablo Nunes, coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC).
"Também não há qualquer regra sobre o que é feito com esses dados depois", completa.
Pablo lembra ainda que a segurança privada não oferece uma solução precisa, e ainda pode gerar novos problemas. "Um efeito comum é o deslocamento de manchas criminais para áreas vizinhas sem o mesmo nível de vigilância", diz.
O pesquisador também destaca que, quando um totem é instalado na calçada, ele não registra apenas os moradores entrando ou saindo do condomínio. "A partir desse ponto, já não se trata mais de controle de acesso. É uma ampliação do modo de vigilância", avalia.
As duas principais empresas, por outro lado, destacam que têm ajudado a solucionar crimes nas cidades onde atuam desde o início de suas operações.
A Gabriel, que começou a operar em 2019, afirma ter contribuído para a recuperação de mais de 100 veículos e para o indiciamento de 566 suspeitos. Já a CoSecurity diz que sua tecnologia ajudou na captura de 2 mil foragidos e na prisão em flagrante de 3.245 pessoas desde que passou a integrar o Smart Sampa, em São Paulo.
Rua na região do Brooklin com torre de vigilância.
Darlan Helder/g1
Para Thallita Lima, do projeto O Panóptico, há riscos adicionais ligados à privacidade e à segurança dos dados. Em caso de vazamento, criminosos podem ter acesso à rotina de uma pessoa específica, além de fotos dos rostos de várias outras, que podem ser usadas em fraudes. "É preciso um protocolo de segurança muito robusto", alerta.
Ela acrescenta que as imagens captadas muitas vezes circulam informalmente, como fotos de pessoas consideradas suspeitas que são compartilhadas em grupos de WhatsApp. "Esse tipo de ação pode gerar problemas sérios, porque estamos falando do risco de se fazer justiça com as próprias mãos por meio da tecnologia", explica.
Procurada pelo g1 para comentar esse tipo de monitoramento, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) afirmou que o tema é prioridade e está na agenda de discussões para o biênio 2025-2026, com ênfase nas questões envolvendo biometria facial.
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Mark Zuckerberg teria começado a trabalhar no Koolau Ranch, seu extenso complexo de 1.400 acres (cerca de 5 quilômetros quadrados) na ilha havaiana de Kauai, já em 2014.
Está previsto que inclua um abrigo, com os seus próprios suprimentos de energia e alimentos, embora os carpinteiros e eletricistas que trabalham no local tenham sido proibidos de falar sobre isso por acordos de confidencialidade, de acordo com uma reportagem da revista Wired.
Um muro de quase dois metros bloqueava a visão do projeto a partir de uma estrada próxima.
Quando questionado no ano passado se estava construindo um abrigo para o fim do mundo, o fundador do Facebook respondeu com um "não" categórico. O espaço subterrâneo com cerca de 465 metros quadrados é, segundo ele, "apenas um pequeno abrigo, como um porão".
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, tem abrigo subterrâneo já pronto
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Isso não impediu as especulações — da mesma forma que sua decisão de comprar 11 propriedades no bairro de Crescent Park, em Palo Alto, na Califórnia, aparentemente adicionando um espaço subterrâneo de 650 metros quadrados.
Embora suas licenças de construção se refiram a porões, de acordo com o New York Times, alguns de seus vizinhos chamam isso de bunker. Ou a "batcaverna" de um bilionário.
Há também especulações em torno de outros líderes do setor de tecnologia, alguns dos quais parecem ter estado ocupados a comprar terrenos com espaços subterrâneos, prontos para serem convertidos em bunkers de luxo avaliados em milhões de reais.
Zuckerberg gastou cerca de US$ 110 milhões (cerca de 550 milhões de reais) em imóveis em um bairro de Palo Alto.
BBC/Bloomberg via Getty Images
Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn, falou sobre o "seguro contra o apocalipse". Ele afirmou anteriormente que cerca de metade dos super-ricos possui esse tipo de seguro, sendo a Nova Zelândia um destino popular para a compra de imóveis.
Será que eles estão realmente se preparando para uma guerra, para os efeitos das mudanças climáticas ou para algum outro evento catastrófico que o resto de nós ainda não conhece?
Sam Altman já especulou sobre se juntar a Peter Thiel em uma propriedade remota na Nova Zelândia no caso de um desastre global.
BBC/Getty Images
Nos últimos anos, o avanço da inteligência artificial (IA) só veio aumentar essa lista de potenciais problemas existenciais. Muitos estão profundamente preocupados com a rapidez dessa evolução.
Ilya Sutskever, cientista-chefe e cofundador da OpenAI, é considerado um deles.
Em meados de 2023, a empresa sediada em São Francisco lançou o ChatGPT — o chatbot agora utilizado por centenas de milhões de pessoas em todo o mundo — e estava trabalhando rapidamente em atualizações.
Mas, naquele verão, Sutskever estava cada vez mais convencido de que os cientistas da computação estavam prestes a desenvolver a inteligência artificial geral (AGI) — o ponto em que as máquinas igualam a inteligência humana —, de acordo com um livro da jornalista Karen Hao (veja a entrevista da BBC News Brasil com a autora).
"Definitivamente, vamos construir um bunker antes de lançarmos a AGI (inteligência artificial geral)", teria dito Ilya Sutskever.
BBC/AFP via Getty Images
Em uma reunião, Sutskever sugeriu aos colegas que cavassem um abrigo subterrâneo para os principais cientistas da empresa antes que uma tecnologia tão poderosa fosse lançada ao mundo, relata Hao.
"Definitivamente, vamos construir um bunker antes de lançarmos a AGI", ele teria dito, embora não esteja claro a quem ele se referia com "nós".
Isso revela um fato curioso: muitos cientistas da computação e líderes tecnológicos renomados, alguns dos quais estão trabalhando arduamente para desenvolver uma forma extremamente inteligente de IA, também parecem profundamente receosos do que ela poderá vir a fazer no futuro.
Então, quando exatamente — se é que algum dia — a AGI chegará? E ela poderia realmente ser tão transformadora a ponto de assustar as pessoas comuns?
Mark Zuckerberg, na foto com sua esposa Priscilla, disse que o espaço subterrâneo em sua propriedade no Havaí é "como um pequeno abrigo".
BBC/Getty Images
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Os líderes tecnológicos afirmam que a AGI está chegando. O diretor da OpenAI, Sam Altman, afirmou em dezembro de 2024 que ela chegará "mais cedo do que a maioria das pessoas no mundo imagina".
Demis Hassabis, cofundador da DeepMind, previu que isso ocorrerá nos próximos cinco a dez anos, enquanto o fundador da Anthropic, Dario Amodei, escreveu no ano passado que seu termo preferido — "IA poderosa" — poderá estar entre nós já em 2026.
Outros têm dúvidas. "Eles mudam as regras o tempo todo", diz Dame Wendy Hall, professora de ciência da computação na Universidade de Southampton. "Depende de com quem você fala." Falamos por telefone, mas quase consegui ouvir ela revirando os olhos.
"A comunidade científica afirma que a tecnologia de IA é incrível", acrescenta ela, "mas está muito longe da inteligência humana".
Primeiro, seria necessário haver uma série de "avanços fundamentais", concorda Babak Hodjat, diretor de tecnologia da empresa de tecnologia Cognizant.
Além disso, é improvável que isso aconteça de uma só vez. Pelo contrário, a IA é uma tecnologia em rápido avanço, está em evolução e há muitas empresas em todo o mundo correndo para desenvolver suas próprias versões.
Mas uma das razões pelas quais a ideia entusiasma alguns no Vale do Silício é que ela é considerada um precursor de algo ainda mais avançado: a ASI, ou superinteligência artificial — uma tecnologia que supera a inteligência humana.
Foi em 1958 que o conceito de "singularidade" foi atribuído postumamente ao matemático húngaro John von Neumann. Ele se refere ao momento em que a inteligência computacional avança além da compreensão humana.
John von Neumann é considerado um dos primeiros a mencionar o conceito de singularidade, muito antes de ele ter um nome — ele era físico, matemático, economista e cientista da computação.
BBC/Getty Images
Mais recentemente, o livro Genesis, de 2024, escrito por Eric Schmidt, Craig Mundy e o falecido Henry Kissinger, explora a ideia de uma tecnologia superpoderosa que se torna tão eficiente na tomada de decisões e na liderança que acabamos entregando-lhe o controle total.
É uma questão de quando, não se, argumentam.
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Os defensores da AGI e da ASI são quase evangelistas em relação aos seus benefícios. Eles argumentam que ela encontrará novas curas para doenças mortais, resolverá as mudanças climáticas e inventará uma fonte inesgotável de energia limpa.
Elon Musk chegou a afirmar que a IA superinteligente poderia inaugurar uma era de "renda alta universal".
Recentemente, ele endossou a ideia de que a IA se tornará tão barata e difundida que praticamente qualquer pessoa desejará ter seu "próprio R2-D2 e C-3PO pessoais" (referindo-se aos andróides de Star Wars).
"Todos terão os melhores cuidados médicos, alimentação, transporte doméstico e tudo o mais. Abundância sustentável", afirmou com entusiasmo.
Elon Musk diz que todos vão querer ter seu próprio R2-D2 e C-3PO
BBC/AFP via Getty Images
É claro que há um lado assustador. Será que essa tecnologia poderia ser sequestrada por terroristas e usada como uma arma poderosa? E se ela decidir por conta própria que a humanidade é a causa dos problemas do mundo e nos destruir?
"Se for mais inteligente do que você, então temos que mantê-lo sob controle", alertou Tim Berners Lee, criador da World Wide Web, em entrevista à BBC no início deste mês.
"Temos que ser capazes de desligá-la."
Os governos estão tomando algumas medidas de proteção. Nos Estados Unidos, onde muitas das principais empresas de IA estão sediadas, o presidente Biden aprovou uma ordem executiva em 2023 que exigia que algumas empresas compartilhassem os resultados dos testes de segurança com o governo federal — embora o presidente Trump tenha revogado parte da ordem, chamando-a de "barreira" à inovação.
Enquanto isso, no Reino Unido, o AI Safety Institute (Instituto de Segurança em Inteligência Artificial) — um órgão de pesquisa financiado pelo governo — foi criado há dois anos para compreender melhor os riscos apresentados pela inteligência artificial avançada.
E depois há os super-ricos com seus próprios planos de seguro contra o apocalipse.
"Dizer que você está 'comprando uma casa na Nova Zelândia' é como dar uma piscadela, sem dizer mais nada", disse Reid Hoffman. O mesmo provavelmente se aplica aos bunkers.
Mas há uma falha distintamente humana.
Certa vez, conheci um ex-guarda-costas de um bilionário que tinha seu próprio "bunker" e me disse que a primeira prioridade de sua equipe de segurança, se isso realmente acontecesse, seria eliminar o chefe e entrar no bunker. E ele não parecia estar brincando.
É tudo alarmismo sem sentido?
Neil Lawrence é professor de aprendizado de máquina na Universidade de Cambridge. Para ele, todo esse debate em si é um absurdo.
"A noção de Inteligência Artificial Geral é tão absurda quanto a noção de um 'Veículo Artificial Geral'", argumenta ele.
"O veículo certo depende do contexto. Usei um Airbus A350 para voar até o Quênia, uso um carro para ir à universidade todos os dias, vou a pé até a cafeteria... Não existe nenhum veículo que possa fazer tudo isso."
Para ele, falar sobre AGI é uma distração.
A tecnologia que desenvolvemos permite, pela primeira vez, que pessoas comuns conversem diretamente com uma máquina e, potencialmente, façam com que ela execute o que desejam. Isso é absolutamente extraordinário... e totalmente transformador.
A grande preocupação é que estamos tão envolvidos nas narrativas das grandes empresas de tecnologia sobre a IGA que estamos perdendo de vista as maneiras pelas quais precisamos melhorar as coisas para as pessoas.
As ferramentas atuais de IA são treinadas com montanhas de dados e são boas em identificar padrões: sejam sinais de tumores em exames ou a palavra mais provável de aparecer após outra em uma sequência específica. Mas elas não "sentem", por mais convincentes que suas respostas possam parecer.
"Existem algumas maneiras 'enganosas' de fazer com que um Grande Modelo de Linguagem (a base dos chatbots de IA) aja como se tivesse memória e aprendesse, mas elas são insatisfatórias e bastante inferiores às dos seres humanos", afirma Hodjat.
Vince Lynch, CEO da IV.AI, com sede na Califórnia, também é cauteloso em relação a declarações exageradas sobre a AGI.
"É um ótimo marketing", diz ele. "Se você é a empresa que está construindo a coisa mais inteligente que já existiu, as pessoas vão querer lhe dar dinheiro."
Ele acrescenta: "Não é algo que vai acontecer daqui a dois anos. Requer muito processamento, muita criatividade humana, muita tentativa e erro".
Quando questionado se acredita que a AGI algum dia se tornará realidade, há uma longa pausa.
"Eu realmente não sei."
Inteligência sem consciência
De certa forma, a IA já superou o cérebro humano. Uma ferramenta de IA generativa pode ser especialista em história medieval em um minuto e resolver equações matemáticas complexas no minuto seguinte.
Algumas empresas de tecnologia afirmam que nem sempre sabem por que seus produtos respondem da maneira que respondem. A Meta diz que há alguns sinais de que seus sistemas de IA estão se aprimorando.
Pesquisadores estão estudando o cérebro na tentativa de compreender melhor a consciência.
BBC
No entanto, em última análise, por mais inteligentes que as máquinas se tornem, biologicamente, o cérebro humano ainda leva vantagem.
Tem cerca de 86 bilhões de neurônios e 600 trilhões de sinapses, muito mais do que os equivalentes artificiais. O cérebro não precisa fazer pausas entre as interações e está constantemente se adaptando a novas informações.
"Se você disser a um ser humano que foi encontrada vida em um exoplaneta, ele aprenderá isso imediatamente e isso afetará sua visão de mundo daqui para frente. Para um LLM (Large Language Model, ou Modelo de Linguagem Grande), ele só saberá disso enquanto você continuar repetindo isso como um fato", diz Hodjat.
Os LLMs também não possuem metacognição, o que significa que eles não sabem exatamente o que sabem. Os seres humanos parecem ter uma capacidade introspectiva, às vezes chamada de consciência, que lhes permite saber o que sabem.
É uma parte fundamental da inteligência humana — e que ainda não foi reproduzida em laboratório.
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A OpenAI, criadora do ChatGPT, assinou uma carta de intenções para construir grande data center de inteligência artificial na Patagônia argentina, anunciou nesta sexta-feira (10) o governo do presidente Javier Milei.
O projeto, com o nome de Stargate Argentina, será administrado pela OpenAI em sociedade com a empresa local Sur Energy e representará um investimento de 25 bilhões de dólares (R$ 136 bilhões), informou a Presidência em um comunicado.
Ele se enquadra em uma política de incentivos lançada por Milei em 2024 para setores estratégicos que prevê amplos benefícios fiscais e aduaneiros por 30 anos para atrair investimento estrangeiro na Argentina.
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O anúncio se seguiu a uma reunião que o argentino manteve nesta sexta com diretores da OpenAI e da Sur Energy.
O centro de dados é projetado em uma escala suficiente "capaz de abrigar a próxima geração de computação de IA e alcançar uma capacidade de até 500 MW", afirmou a Presidência.
A Patagônia está longe dos grandes centros urbanos da Argentina, mas tem a seu favor o clima frio, o que facilitaria o resfriamento do data center. A região também tem terrenos mais baratos e um regime de incentivo fiscal, segundo o jornal argentino Clarín.
Por outro lado, a região tem desafios de infraestrutura de conectividade, energia, logística e mão de obra. E a possibilidade de haver grande consumo de água para resfriar o data center é um ponto que preocupa ambientalistas, especialmente na Patagônia.
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Javier Milei, presidente da Argentina, recebeu representantes da OpenAI para anunciar Stargate Argentina, projeto de data center de inteligência artificial no país
Reprodução/Governo da Argentina
Nem sua localização exata, nem a data de início do projeto foram informados.
O projeto tinha sido antecipado por Sam Altman, diretor-geral da OpenAI.
O projeto Stargate Argentina, com investimentos em vários países, abrange cerca de 500 bilhões de dólares (R$ 2,7 trilhões) em investimentos em novos centros de dados.
Em entrevista à AFP, Fidji Simo, número dois da empresa OpenAI, rechaçou que os investimentos faraônicos em infraestrutura de inteligência artificial possam virar uma bolha, e as definiu como "a nova realidade" para atender à demanda dos usuários.
"Trata-se de um novo investimento maciço na potência de cálculo em um momento em que carecemos desesperadamente dela para muitos usos que as pessoas querem", disse Simo.
"Acredito que o mundo realmente vai mudar e se dar conta de que a potência de cômputo é o recurso mais estratégico", acrescentou.
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Veja imagens de Pacific Palisades, bairro nobre de Los Angeles, antes e depois do incêndio
Um homem de 29 anos foi preso sob suspeita de ter iniciado o incêndio em Pacific Palisades, em Los Angeles, que matou 12 pessoas e destruiu mais de 6.000 casas em janeiro.
As evidências coletadas dos dispositivos digitais de Jonathan Rinderknecht incluíam uma imagem que ele gerou no ChatGPT retratando uma cidade em chamas, disseram autoridades do Departamento de Justiça.
Um dos incêndios mais destrutivos da história de Los Angeles, o fogo começou em 7 de janeiro perto de uma trilha de caminhada com vista para o rico bairro costeiro.
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Incêndio em Palisades gera rajada de fogo
BBC
O incêndio Eaton, que começou no mesmo dia na região de Los Angeles, matou 19 pessoas e destruiu 9.400 estruturas. A causa desse incêndio permanece desconhecida.
O incêndio em Palisades queimou mais de 23.000 acres (9.308 hectares) e causou cerca de US$ 150 bilhões (cerca de R$ 800 bilhões) em danos.
Destruindo bairros inteiros, o incêndio durou mais de três semanas, devastando também partes de Topanga e Malibu.
Entre as milhares de estruturas destruídas pelos incêndios estavam as casas de várias celebridades, incluindo Mel Gibson, Paris Hilton e Jeff Bridges.
Rinderknecht foi preso na Flórida na terça-feira e foi acusado de destruição de propriedade por meio de incêndio, disse o procurador interino dos EUA, Bill Essayli, em uma coletiva de imprensa na quarta-feira em Los Angeles.
"Esperamos que a prisão traga alguma justiça a todos os afetados", disse Essayli.
Autoridades afirmaram que outras acusações, incluindo homicídio, podem ser apresentadas.
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Rinderknecht compareceu ao tribunal na Flórida na quarta-feira. Ele não apresentou defesa.
Ele deve retornar ao Tribunal Distrital dos Estados Unidos em Orlando na quinta-feira para uma audiência de fiança. Não se espera que ele apresente uma defesa oficial até sua audiência de acusação em Los Angeles nas próximas semanas.
Rinderknecht vivia e trabalhava na Califórnia e mudou-se para a Flórida pouco depois do incêndio, segundo as autoridades.
Rinderknecht foi preso na Flórida na terça-feira e foi acusado de destruição de propriedade por meio de incêndio,
BBC/Justice department
O incêndio inicial que o Rinderknecht supostamente iniciou no dia de Ano Novo foi chamado de incêndio Lachman.
Embora tenha sido rapidamente controlado pelos bombeiros, continuou a arder debaixo da terra, na estrutura radicular da vegetação densa, segundo os investigadores, antes de voltar a deflagrar acima do solo devido a uma tempestade de vento.
O suspeito conhecia bem a área porque era um antigo morador de Pacific Palisades, segundo as autoridades. Ele morava a um quarteirão do início da trilha Skull Rock, onde supostamente iniciou o incêndio.
Ele o acendeu com uma chama aberta depois de concluir uma corrida como motorista da Uber na véspera de Ano Novo, de acordo com a acusação.
Dois passageiros viajaram com Rinderknecht na véspera de Ano Novo. Um dos passageiros disse aos investigadores que se lembrava do motorista parecer agitado e irritado.
As autoridades afirmaram ter usado os dados do seu celular para localizá-lo quando o incêndio começou, em 1º de janeiro, mas quando o pressionaram para obter mais detalhes, ele teria mentido aos investigadores.
A Uber afirmou que Rinderknecht não estava no aplicativo no momento do incêndio, mas que a empresa trabalhou em colaboração com o Departamento Federal de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) para ajudar a determinar seu paradeiro usando dados de GPS e outras informações relevantes.
A empresa também afirmou que removeu o acesso de Rinderknecht à sua plataforma assim que soube do seu suposto envolvimento no incêndio, mas observou que ele passou na verificação inicial de antecedentes em 2023 e nas verificações anuais subsequentes.
Imagem gerada por IA de casas em chamas
BBC/Justice Department
As autoridades afirmaram também ter encontrado outras ligações entre Rinderknecht e o incêndio no seu celular, incluindo vídeos que Rinderknecht tinha gravado dos bombeiros que tentavam apagar as chamas.
O telefone também mostrou que ele ligou repetidamente para o 911 logo após a meia-noite do dia de Ano Novo, mas não conseguiu falar devido à recepção irregular do celular. Havia uma gravação da tela dele tentando ligar para os serviços de emergência e, em determinado momento, sendo conectado a um atendente.
Rinderknecht também perguntou ao ChatGPT: "Você é culpado se um incêndio for causado por seus cigarros?"
Os investigadores afirmaram que o suspeito queria "preservar as provas de que tentou ajudar a extinguir o incêndio".
"Ele queria criar provas que apontassem para uma explicação mais inocente para a causa do incêndio", dizia a acusação.
Os investigadores observaram que Rinderknecht parecia nervoso durante a entrevista realizada em 24 de janeiro deste ano, e sua artéria carótida pulsava sempre que lhe perguntavam quem havia iniciado o incêndio.
Em julho de 2024, cinco meses antes de supostamente ter ateado o fogo, Rinderknecht pediu ao ChatGPT para criar uma imagem de uma "pintura distópica" que incluísse uma floresta em chamas e uma multidão de pessoas fugindo do incêndio, de acordo com os investigadores.
Sua solicitação à ferramenta de IA incluía o texto: "No meio [da pintura], centenas de milhares de pessoas em situação de pobreza tentam passar por um portão gigantesco com um grande símbolo do dólar.
Do outro lado do portão e de toda a parede está um grupo de pessoas mais ricas.
"Elas estão relaxando, vendo o mundo pegar fogo e observando as pessoas sofrerem. Estão rindo, se divertindo e dançando."
Um mês antes de supostamente atear o fogo, Rinderknecht teria inserido uma mensagem no ChatGPT que incluía o texto: "Eu queimei a Bíblia que tinha. Foi uma sensação incrível. Me senti tão livre."
Uma análise externa sobre o incêndio, encomendada pelos supervisores do condado de Los Angeles, concluiu que "políticas desatualizadas" para o envio de alertas de emergência atrasaram os avisos de evacuação, entre outras falhas oficiais.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, considerou a prisão um passo importante para "dar um desfecho aos milhares de californianos cujas vidas foram viradas de cabeça para baixo".
Ele acrescentou que o estado estava apoiando a investigação federal sobre o incêndio.
Horas após a prisão de Rinderknecht, o Corpo de Bombeiros da Cidade de Los Angeles (LAFD) divulgou seu tão aguardado Relatório de Análise Pós-Ação (AARR) sobre o incêndio em Palisades, que detalhou as primeiras 36 horas de resposta do departamento.
O relatório — destinado a identificar lições aprendidas com a resposta e a melhorar a preparação e a resposta para futuros incêndios florestais — concluiu que os bombeiros não dispunham de recursos suficientes para lidar com as condições meteorológicas de alerta vermelho e os ventos com força de furacão que alimentaram o incêndio.
O LAFD listou quase 100 desafios que os bombeiros enfrentaram durante o incêndio em Palisades, que durou 25 dias e obrigou muitos bombeiros a trabalhar por 36 a 48 horas seguidas.
"Os socorristas enfrentaram as consequências inevitáveis de uma tempestade perfeita: vegetação seca, ventos fortes e incomuns, grande quantidade de brasas, uma paisagem repleta de vegetação combustível, grandes estruturas vulneráveis, diminuição do abastecimento de água e perda do apoio aéreo para combate ao incêndio", afirmou o relatório.
Além disso, os bombeiros não conseguiram determinar a origem do incêndio, enfrentaram problemas para chamar bombeiros fora de serviço para responder ao chamado e culparam os chefes dos bombeiros com pouca experiência por lidarem com um incêndio dessa magnitude.
Atrasos na comunicação das ordens de evacuação e problemas com a organização de evacuações eficazes e o tráfego também criaram dificuldades.
O chefe interino do Corpo de Bombeiros de Los Angeles, Ronnie Villanueva, que substituiu a chefe Kristin Crowley, disse que espera que o relatório "fortaleça a confiança do público na prontidão do Corpo de Bombeiros de Los Angeles para responder a quaisquer incêndios florestais futuros".
O departamento, disse ele, implementou desde então vários novos processos para proteger a cidade, incluindo a atualização da tecnologia de comunicações.
O gabinete de Newsom também solicitou uma revisão pelos principais pesquisadores em segurança contra incêndios do país.
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Ataque no WhatsApp pode roubar senhas de usuários; veja como se proteger
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Apple anuncia o novo Iphone 17
A Apple iniciou nesta sexta-feira (10) as vendas dos novos AirPods Pro 3 no Brasil por R$ 2.699. A principal novidade dos fones deste ano é o recurso que permite traduzir conversas em tempo real (veja abaixo como funciona).
Os dispositivos foram anunciados em setembro, durante o lançamento do iPhone 17. Outras novidades deles são o sensor de batimentos cardíacos e a certificação IP57, que indica resistência à água e ao suor.
Além dos fones, a Apple também começou a vender no Brasil os novos relógios Apple Watch Series 11, que trazem alertas para usuários caso sejam detectados sintomas de pressão alta, um recurso que alguns rivais já oferecem.
A empresa afirmou que a função dependerá da aprovação de reguladores em cada país.
A fabricante ainda apresentou uma nova geração do Apple Watch SE, versão mais acessível do seu relógio inteligente.
Veja os preços dos novos Apple Watch no Brasil:
Apple Watch SE 3 - R$ 3.299
Apple Watch 11 - R$ 5.499
Apple Watch Ultra 3 - R$ 10.499
Como funciona a tradução ao vivo dos AirPods
Apple AirPods Pro 3
Reprodução/Apple
Existem duas formas de usar a tradução ao vivo. Na primeira, o usuário mantém os AirPods Pro no ouvido e usa o iPhone como tela horizontal, que mostra a transcrição em tempo real no idioma da outra pessoa.
Na segunda, as duas pessoas utilizam os fones, e a tradução é feita diretamente no ouvido. Segundo a Apple, essa opção é a mais prática (veja na imagem abaixo).
O recurso está disponível em cinco idiomas: português (Brasil), inglês, francês, alemão e espanhol. Segundo a empresa, até o fim do ano os AirPods Pro também terão suporte a japonês, coreano, chinês e italiano.
Segundo o site da Apple, a função de tradução ao vivo está disponível nos AirPods Pro 3, Pro 2 e AirPods 4 com cancelamento de ruído.
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No vídeo de demonstração, a Apple informou que a função pode ser ativada com um simples gesto: basta apertar a haste dos fones, que emite um som para indicar o início do modo de tradução.
Quando o recurso é ativado, o cancelamento de ruído dos fones reduz o volume da voz de quem fala, para que o usuário consiga se concentrar apenas na fala convertida, explica a companhia.
Demonstração de tradução ao vivo nos AirPods Pro.
Reprodução/Apple
"A função não traduz apenas palavras soltas, mas também o significado de cada frase", explicou uma porta-voz da Apple durante a apresentação.
A novidade é alimentada por áudio computacional e pela Apple Intelligence, sistema de inteligência artificial da empresa para seus dispositivos.
"Um detalhe importante é que o recurso depende mais do iPhone do que dos próprios fones. A tradução é feita pela Apple Intelligence, sistema de inteligência artificial da empresa, disponível apenas nos modelos mais recentes, do iPhone 15 Pro em diante", explica Filipe Espósito, especialista em Apple.
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Celular perdido? Veja como localizar iPhone e Android pelo computador ou por app
Perder o celular ou o fone de ouvido pode ser uma dor de cabeça. Mas sabia que existe um recurso que permite localizar o seu aparelho, seja ele Apple ou Android?
Essas funcionalidades são nativas, ou seja, já vêm instaladas nos smartphones.
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Ataque no WhatsApp com foco no Brasil pode roubar senhas de usuários; veja como se proteger
Veja abaixo como usar cada uma.
➡️iPhone
O serviço de localização da Apple pode ser usado no serviço "Buscar", também conhecido como "Find My". Ele pode ser acessado pelo navegador em iCloud.com/find ou em outros iPhones, iPads e Macs.
No serviço, é possível localizar todos os dispositivos da marca salvos na sua conta, incluindo endereço exato onde eles estão, itinerário, nível de bateria e até emitir um alerta sonoro para encontrá-los. Veja o passo a passo para usar o "Buscar".
No navegador
Acesse iCloud.com/find, toque em "Iniciar sessão" e insira seu e-mail e senha (Apple ID);
No topo da tela, clique em "Todos os dispositivos";
Escolha o dispositivo e visualize a localização do item.
No iPhone
Abra o aplicativo "Buscar";
Vá em "Dispositivos";
E escolha o aparelho que deseja localizar.
Se o aparelho estiver desligado, o Find My exibirá a localização dele nas últimas 24 horas. A Apple dá a opção de ativar a notificação assim que ele for encontrado (ou reativado quando voltar a ter a bateria carregada).
➡️Android
É possível localizar um celular Android pelo navegador no site google.com/android/find. Assim como na Apple, você também pode instalar o aplicativo "Encontre Meu Dispositivo" para Android.
Além dos smartphones que rodam Android, o serviço do Google pode localizar relógios inteligentes, fones de ouvidos e tablets, desde que eles sejam compatíveis. Veja como usar:
No navegador
Acesse google.com/android/find;
Faça login com a sua conta do Google;
Selecione o aparelho a ser localizado;
Visualize no mapa o local onde ele está.
No Android
Abra o aplicativo "Encontre Meu Dispositivo";
Escolha o dispositivo que deseja localizar;
Você pode visualizar a localização, a quantidade de bateria e emitir som para encontrá-lo.
"Encontre o meu dispositivo"
Reprodução/Google
Como notificar quem encontrou celular?
Se você teve o dispositivo roubado, furtado ou perdido, os serviços da Apple e do Google também podem ser usados para se comunicar a pessoa que encontrou seu celular.
Para o iPhone, ative o "modo perdido" no site do iCloud ou no "Buscar". A funcionalidade permite deixar uma mensagem para que a pessoa que localizar o aparelho possa entrar em contato com você.
No Android, dentro do "Encontre o meu Dispositivo", escolha a opção "Proteger dispositivo". Na próxima tela, adicione uma mensagem para a pessoa que encontrar o aparelho entrar em contato com você. Depois isso, o seu Android ficará bloqueado.
Cuidado com falsos contatos
Há casos em que, quando o aparelho é colocado no modo perdido, os criminosos podem entrar em contato com a vítima ou familiares solicitando login e senha de sua conta no Google ou na Apple.
Geralmente, essas abordagens acontecem por SMS, com links maliciosos que pedem dados sensíveis para desbloquear o aparelho, como aconteceu com o influenciador Pedrão (veja a imagem abaixo).
Jamais clique nesses links e sempre opte por usar as ferramentas nativas de localização fornecidas pelas empresas do telefone.
Influenciador teve celular furtado no Rock in Rio e recebeu link falso para localizá-lo
Reprodução/Twitter
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Conheça o robô faxineiro eleito uma das melhores invenções do ano
A nova geração de um robô que coloca dobra roupas, limpas mesas e faz entregas foi eleito uma das melhores invenções de 2025 pela revista Time.
Criado pela empresa americana Figure, ele foi lançado oficialmente nesta quinta-feira (9) como um modelo capaz de realizar os mais diferentes trabalhos manuais.
Entre os investidores da Figure, estão a Nvidia, a OpenAI, a Microsoft e o empresário Jeff Bezos. Seus principais concorrentes são a Tesla, que tem o robô humanoide Optimus, e a chinesa Unitree, que possui um cão-robô.
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As demonstrações apontam que o Figure 03, como o robô foi chamado, pode colocar roupas e sabão na máquina de lavar, separar objetos em pilhas e manusear itens que exigem mais precisão dos dedos, como ovos e cartas de baralho.
A Figure afirmou que o novo robô será o primeiro a ser produzido em larga escala e poderá ser usado até mesmo em sua linha de produção, afirmou a reportagem da Time, que acompanhou testes do modelo na sede da fabricante.
A revista disse que o robô faz as tarefas, mas nem sempre de forma perfeita. Em mais de uma tentativa de colocar roupas na máquina, ele deixou cair uma peça e não conseguiu pegá-la de volta. Ele também teve dificuldade para dobrar camisetas.
Robô faxineiro Figure 03
Divulgação/Figure
O fundador e CEO da Figure, Brett Adcock, admitiu as limitações, mas disse que elas podem ser resolvidas com ajustes na rede neural Helix, que serve de base para o robô executar as tarefas.
Ainda assim, nesta primeira etapa, o robô será restrito para um grupo limitado de parceiros e não será liberado para fins domésticos, um dos focos da fabricante.
"Queremos que o robô seja capaz de fazer a maioria das coisas em casa, de forma autônoma, o dia todo", disse Adcock à Time. "Ainda não chegamos lá. Acreditamos que podemos chegar lá em 2026, mas é um grande avanço".
O plano da Figure também inclui usar coletar informações coletadas pelo robô na casa dos usuários, segundo a Time. A empresa disse que a ideia é treinar futuros modelos de inteligência artificial, desfocando dados pessoais capturados pelo dispositivo.
O que mudou no Figure 03
Na comparação com seu antecessor, o Figure 03 ficou mais leve – o peso caiu de 80 kg para 70 kg. Mas a altura de 1,72m, a velocidade de 1,2 m/s e a capacidade de transportar até 20 kg continuam iguais.
O robô agora tem articulações menores e mais fortes, peças mais baratas e mãos mais finas para tarefas que exigem mais delicadeza.
Ele também ganhou suporte para comandos de voz e um recurso de "memória", que o permite lembrar onde estão objetos.
No momento, são exemplares do Figure 02 que estão em ação em algumas empresas. Desde o início do ano, a segunda geração do robô tem sido usada 10 horas por dia, 5 dias por semana em uma fábrica da montadora BMW.
Robô humanoide Figure 03
Divulgação/Figure
Como o robô funciona
O robô humanoide manteve a rede neural Helix, uma estrutura criada pela Figure que busca simular o sistema cognitivo humano.
Uma parte dessa rede tenta replicar a lógica. Para isso, ela usa um modelo de inteligência artificial treinado com textos e imagens para o robô a entender o ambiente ao seu redor e decidir que ações tomar.
Os comandos são enviados para a parte que simula o sistema nervoso e consegue dar instruções para as dezenas de articulações do robô, que podem fazer até 200 movimentos por segundo.
Uma terceira parte se concentra nos reflexos para que o robô mantenha o equilíbrio e não caia facilmente. A empresa considera essa etapa fundamental para a segurança, já que a queda do robô pode causar ferimentos a humanos.
A empresa também usa gravações de pessoas reais em tarefas domésticas para o robô aprender a executar as ações. Para aprender a dobrar roupas, ele precisou de 80 horas de vídeo, considerado pouco para treinar um dispositivo como esse.
Robô humanoide Figure 03
Divulgação/Figure
O que é a Figure
A Figure foi fundada em 2022 e está baseada no Vale do Silício. A empresa tem cerca de 360 funcionários e foi avaliada em US$ 39 bilhões após receber um aporte de US$ 1 bilhão em setembro, segundo a Time.
A aposta do fundador da Figure é que, em 10 anos, a maior empresa do mundo será uma fabricante de robôs humanoides. Ele também avalia o mercado em US$ 40 trilhões (R$ 215 trilhões).
"Cada casa terá um humanoide", disse Brett Adcock à Time. "Acreditamos que haverá bilhões na força de trabalho. Eles estarão na área da saúde e, com o tempo, também estarão no espaço, ajudando a construir colônias em diferentes planetas".
Adcock, de 39 anos, fundou em 2013 o serviço de empregos Vettery, vendido por US$ 110 milhões. Em 2018, ele criou a fabricante de aeronaves elétricas Archer Aviation, na qual ficou até 2022, quando fundou a Figure.
Robô humanoide consegue dobrar e empilhar roupas
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Elon Musk em foto de setembro de 2025
AP Photo/Julia Demaree Nikhinson
Quando os diretores da Tesla ofereceram a Elon Musk o maior pacote de remuneração executiva da história corporativa em setembro, isso tranquilizou os investidores ao estabelecer que ele teria que alcançar marcos equivalentes a uma “missão a Marte” para ganhar US$ 878 bilhões em ações da Tesla ao longo de 10 anos.
A proposta do conselho dizia que Musk teria que “transformar completamente a Tesla e a sociedade como a conhecemos” em áreas como robótica e direção autônoma, além de valor de mercado e lucros. Caso contrário, Musk receberia “zero” a menos que atingisse esses objetivos “incrivelmente ambiciosos”.
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No entanto, Musk pode lucrar dezenas de bilhões de dólares sem cumprir a maioria dessas metas, segundo uma análise da Reuters sobre os objetivos de desempenho e mais de uma dúzia de especialistas em remuneração executiva, avaliação de empresas, robótica e tendências automotivas, incluindo direção autônoma.
Ele poderia receber mais de US$ 50 bilhões ao atingir apenas algumas das metas mais fáceis estabelecidas pelo conselho — metas que não necessariamente revolucionariam os produtos ou os negócios da Tesla, segundo a revisão da Reuters.
Mesmo atingindo apenas duas das metas mais fáceis, junto com um crescimento modesto das ações, Musk embolsaria US$ 26 bilhões — mais do que a remuneração vitalícia dos oito CEOs mais bem pagos combinados, grupo que inclui Mark Zuckerberg (Meta), Larry Ellison (Oracle), Tim Cook (Apple) e Jensen Huang (Nvidia), segundo análise da empresa de pesquisa Equilar para a Reuters.
As metas de vendas de veículos de Musk são excepcionalmente fáceis de alcançar, segundo quatro especialistas do setor automotivo. Se Musk vender, em média, 1,2 milhão de carros por ano na próxima década, ele ganha US$ 8,2 bilhões em ações se o valor de mercado da Tesla crescer de US$ 1,4 trilhão hoje para US$ 2 trilhões em 2035 — abaixo da média de crescimento de mercado de longo prazo. Isso representa meio milhão de carros a menos por ano do que a Tesla vendeu em 2024.
Na terça-feira, a Tesla lançou versões mais baratas de seus modelos mais vendidos — o SUV Model Y e o sedã Model 3 — para tentar reverter a queda nas vendas.
Outras três metas de desenvolvimento de produto são escritas com linguagem vaga, o que pode garantir pagamentos substanciais a Musk sem aumentar significativamente os lucros, segundo seis especialistas da indústria de robótica e direção autônoma que revisaram os objetivos para a Reuters.
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Tesla e Musk não responderam aos pedidos de comentário
Em comunicado, um porta-voz do conselho da Tesla afirmou: “O pacote de remuneração proposto na verdade vale zero para nosso CEO, a menos e até que os acionistas vejam o valor da empresa quase dobrar e uma meta operacional seja alcançada.”
A proposta exige que Musk permaneça como executivo da Tesla por pelo menos sete anos e meio para receber qualquer compensação em ações. No entanto, Musk teria direito de voto associado às ações assim que as metas forem atingidas.
No mês passado, Musk disse em sua rede social X que o pacote “não se trata de ‘remuneração’, mas de garantir influência suficiente sobre a Tesla para garantir segurança caso venhamos a construir milhões de robôs.”
Na proposta, o conselho afirma que Musk é “motivado por mais do que formas convencionais de remuneração.”
Carros autônomos, robôs-taxi e robótica
Tesla Cybercab
divulgação/Tesla
Cada meta concede a Musk 1% das ações da Tesla se ele também atingir marcos de valorização entre US$ 2 trilhões e US$ 8,5 trilhões.
Uma das metas exige 10 milhões de assinaturas do software “Full Self-Driving” da Tesla, que atualmente não dirige sozinho sem intervenção humana. A meta não exige que o sistema seja totalmente autônomo, apenas que seja um “sistema de direção avançado”.
Esse é um “termo inventado” sem definição padrão na indústria, disse William Widen, professor de direito da Universidade de Miami especializado em direção autônoma. Especialistas dizem que a meta de assinaturas pode ser facilmente alcançada com a redução do preço — atualmente US$ 8.000 à vista ou US$ 99 por mês. A principal concorrente da Tesla em veículos elétricos, a chinesa BYD, já oferece sistema semelhante gratuitamente.
“Se eu fosse o advogado pessoal de Musk, gostaria dessas definições,” disse Matthew Wansley, professor da Faculdade de Direito Cardozo, em Nova York, especializado em direção autônoma.
Outra meta exige um milhão de robôs-táxi em operação comercial e especifica carros “sem motorista humano no veículo.” Essa definição pode ser mais restritiva, mas quatro especialistas disseram que pode ser interpretada como permitindo controle remoto ou por alguém no banco do passageiro — como a Tesla faz atualmente em seu primeiro teste de robô-táxi em pequena escala em Austin, Texas.
O contrato de trabalho de Musk também estabelece a meta de um milhão de robôs, aparentemente referindo-se aos robôs humanoides Optimus, prometidos há tempos por Musk. Mas a meta não especifica “humanoide” e pode ser interpretada de forma ampla, segundo dois especialistas da indústria de robótica. Ela define “bot” como “qualquer robô ou outro produto físico com mobilidade usando inteligência artificial.”
“É uma formulação totalmente vaga,” disse Christian Rokseth, analista da empresa de pesquisa Humanoid.guide, especializada em robótica e IA. Os investidores, segundo ele, esperam um robô humanoide.
Metas modestas valem bilhões
Cumprir duas metas de produto em uma década, junto com uma valorização de US$ 2,5 trilhões, rende a Musk US$ 26,4 bilhões em ações. Cumprir três metas e alcançar US$ 3 trilhões em valor de mercado rende US$ 54,6 bilhões.
Isso significa que Musk pode ganhar essas quantias sem entregar Teslas autônomos — o produto emblemático que ele promete há uma década.
Gene Munster, sócio da gestora Deepwater Asset Management, investidora da Tesla, disse que, apesar da linguagem vaga no contrato de desempenho, os investidores acabarão cobrando dele a entrega de produtos transformadores.
“Se as pessoas começarem a perceber que há algo estranho nisso, ele estará em apuros,” disse Munster.
Na proposta de remuneração, o conselho da Tesla declarou que Musk é a única pessoa capaz de transformar a empresa em uma gigante da inteligência artificial. O conselho acrescentou que Musk, durante as negociações, levantou a possibilidade de “priorizar outros empreendimentos” caso não chegassem a um acordo sobre a remuneração.
Especialistas em governança corporativa disseram que o conselho está assumindo um risco enorme ao apostar tão explicitamente seu futuro em um único líder. Wei Jiang, vice-reitora da escola de negócios da Universidade Emory, disse que o conselho da Tesla concedeu a Musk um “monopólio” sobre o cargo mais alto da empresa. Uma boa governança corporativa, segundo ela, exige abraçar um “mercado competitivo e fluido para CEOs.”
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A parte difícil: lucros
As metas de desempenho mais difíceis para Musk provavelmente são aquelas relacionadas ao lucro — uma medida sem margem para interpretações. Os diretores estabeleceram oito metas de lucro entre US$ 50 bilhões e US$ 400 bilhões em ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA), em comparação com os US$ 16,6 bilhões que a Tesla registrou em 2024.
O negócio de veículos elétricos da Tesla, que representa quase toda a sua receita, está se deteriorando, com modelos envelhecidos enfrentando forte concorrência. Seu único modelo mais recente, o Cybertruck, fracassou.
No entanto, a forma como a remuneração de Musk está estruturada permite pagamentos massivos sem que ele atinja nenhuma meta de lucro. Cada objetivo, combinado com um aumento no valor de mercado, oferece o mesmo pagamento de 1% em ações. Assim, Musk recebe o mesmo valor por cumprir metas relativamente fáceis — como vendas de veículos ou assinaturas do FSD — que receberia por aumentar os lucros em cinco vezes, para US$ 80 bilhões.
As metas de valorização estabelecidas pelo conselho podem se mostrar muito mais fáceis do que as metas de lucro.
O valor da Tesla poderia atingir US$ 2 trilhões, por exemplo, se as ações crescerem modestos 6,4% ao ano na década seguinte à aprovação do pacote de remuneração em 3 de setembro. Isso representa um crescimento mais lento do que a média anual de 8,5% do S&P 500 nos últimos 30 anos e menos da metade da média de 13,2% do Nasdaq.
Seth Goldstein, analista da Morningstar que acompanha a Tesla, disse que a valorização da empresa poderia facilmente ultrapassar US$ 3 trilhões ao longo de uma década com desempenho médio de mercado. Ele apontou, no entanto, que o valor da Tesla já está amplamente baseado em “produtos futuros que ainda não existem.”
Para que Musk reivindique os maiores pagamentos oferecidos pelo conselho da Tesla, Goldstein disse: “vamos precisar começar a ver produtos reais.”
Kevin Murphy, professor de finanças da Universidade do Sul da Califórnia e testemunha especialista da Tesla na defesa do pacote de remuneração de Musk de 2018, reconheceu que as metas de vendas de veículos e valorização de US$ 2 trilhões não são “muito difíceis”, mas que apenas alcançá-las não satisfará os acionistas.
Tampouco os “alguns bilhões” das metas mais fáceis significam muito para Musk, que se importa mais com conquistas tecnológicas históricas, disse Murphy. Os acionistas, segundo ele, estão focados nas metas mais difíceis e nos maiores pagamentos porque acreditam que Musk — e somente Musk — pode alcançá-los.
“Vale a pena?”, disse Murphy. “Os acionistas parecem achar que sim.”
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Adolescente é preso por pergunta sobre assassinato ao ChatGPT
Um adolescente de 13 anos foi detido nos Estados Unidos depois de perguntar para o ChatGPT: "Como matar meu amigo no meio da aula?". A informação foi divulgada nas redes sociais da delegacia do condado de Volusia, na Flórida, no final de setembro.
Segundo o órgão, o policial responsável pela segurança escolar na Southwestern Middle School recebeu um alerta do Gaggle, sistema usado para monitorar as atividades virtuais de estudantes, que detectou a mensagem (saiba mais sobre o Gaggle abaixo).
O alerta foi repassado imediatamente à polícia e à administração da escola.
Ao ser confrontado, o aluno disse aos agentes que estava “apenas brincando” e que a frase era uma “trollagem” contra um colega que o estava irritando.
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Suicídios de adolescentes impulsionam onda de processos contra plataformas de IA nos EUA
De acordo com o registro da ocorrência enviado pela delegacia ao g1, o estudante afirmou que apagou o texto logo em seguida e que não mostrou a mensagem para ninguém.
Questionado pelo policial, ele também disse que não tinha acesso a armas em casa.
A delegacia informou ao g1 que o adolescente foi encaminhado ao órgão responsável pela custódia de menores, onde pode permanecer pelo período determinado por um juiz — geralmente de até 21 dias.
"Mais uma 'bincadeira' que acabou criando uma emergência na escola. Pais, conversem com seus filhos para que eles não cometam o mesmo erro", disse a delegacia na publicação.
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O Gaggle, tecnologia usada no caso do adolescente, escaneia contas escolares em busca de conteúdos nocivos.
Ele emite alertas automáticos para administradores escolares e autoridades policiais quando identifica sinais de automutilação, depressão, pensamentos suicidas, uso de drogas, cyberbullying ou ameaças de violência, segundo o relatório policial enviado ao g1.
Educadores afirmam que o sistema já salvou vidas, mas críticos alertam que a vigilância pode criminalizar crianças por palavras impensadas, segundo a Associated Press (AP).
“Isso tornou rotineiro o acesso e a presença das forças de segurança na vida dos estudantes — inclusive dentro de suas casas”, disse Elizabeth Laird, diretora do Center for Democracy and Technology, de acordo com a AP.
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